A tensão paira no ar, rondando a nossas cabeças, ouve-se folhas de cadernos e livros serem lidas e decoradas ou pelo menos tentamos decorá-las. Sente-se o cheiro do medo sendo evaporado dos poros dos estudantes, orações, mandingas e o diabo a quatro se tenta fazer. Colas em lugares estranhos quase surreais, passa-a-passa de papel. Se paga por pelo menos um 5. Mesas rabiscadas com fórmulas, teorias, respostas de perguntas que não caíram nas provas, respostas misturadas com de outra turma que passou por ali no outro horário.

O corre-corre pelos corredores, o falatório e comentários de como a prova estava difícil, como o professor estava tão sorridente enquanto você estava se matando em relembrar ou adivinhar aquela questão que você nem sonhava que ia cair.

Perde-se a fome, o sono, lágrimas de pessoas desesperadas por nota, litros de café são consumidos, horas e mais horas em frente aos cadernos, cochilos em meio às folhas, desespero ao notar que dormiu por 10 minutos e se perdeu 1 minutos que podiam ser preciosos.

Unhas que somem em segundos, raiva do ônibus que atrasou, balsa que não chega, horário que não passa, semana que não acaba.

E depois com um suspiro desesperado e um alivio descontrolado, pois chegou sexta-feira, últimos vestígios da semana do terror, últimas unhas a serem ruídas, últimos lápis a serem apontados e ruídos. Últimos segundos de pânico, última olhada na prova, última chance de corrigi possíveis erros, últimos minutos para maldizer o professor, últimos passos ao se levantar e entregar a última prova da semana mais infernal que existe.

E quando acaba há uma sensação de alívio, os tremores param, o suor diminui, as unhas crescem novamente e os corredores e andares voltam à rotina até o próximo bimestre.


E de novo o complexo do pensar ultrapassou a vontade de agir

O agir tornou-se duvidoso

O duvidoso tornou-se hábito

O hábito passou a dependência

A dependência criou um conflito

Um conflito predominou uma vida

Uma vida resumiu-se no medo do momento

O medo do momento provocou a perda

A perda tornou-se o ser vazio

O vazio apagou o pensar

O pensar deixou de existir

Deixando assim de respirar, deixando assim de viver.


Perdida em pensamentos fico tentando encontrar o caminho que me leva ao encontro dos meus sonhos perdidos e esquecidos. Tento não acordar dos sonhos bons, tento fugir dos pesadelos que me atormentam. Sonhos, meras fantasias, espelho dos desejos proibidos ou adormecidos.

Sonhos, esperanças, uma realidade alternativa

Acorde! Escuta-se ao longe, palavras desconexas, labirintos que se espalham. As horas que passam que às vezes quero parar. Corro e corro atrás dos minutos que não vão voltar.

Ah, às horas que passam devagar

Acordee, acordeee, já amanheceu, novo dia. Hora de levantar

Uma luz que brilha pela janela, invade meus sonhos e me faz despertar.


A vida é cheia de expectativas

Expectativas que nasçamos fortes e saudáveis

Expectativas que falemos nossa primeira palavra

Expectativas que descemos nosso primeiro passo

Expectativas que sejamos filhos exemplares e alunos excepcionais

Expectativas que nosso primeiro amor seja para sempre

Expectativas que o felizes para sempre exista realmente

Expectativas que até que a morte nos separe, não seja um motivo para o marido matar a mulher e vice-versa

Expectativas que o primeiro trabalho seja o ideal

Expectativas que os nossos amigos e familiares não nos decepcionem

Expectativas que o me desculpe não se torne hábito

Expectativas que o eu te amo seja dito sem receios e falsidade

Expectativas que a vida seja plena e feliz

Expectativas que tenhamos uma velhice tranqüila

Expectativas de que vivamos para sempre

Expectativas a vida é cheia delas

Positivas ou negativas, elas sempre vão existir.

Desde nosso primeiro choro até o nosso último suspiro.


Nasci para ser feliz nunca imaginei ser perfeita, tenho medo o tempo todo, apesar de tudo continuo vivendo.

Esperando, tentando e apreendendo.

É fácil olhar de fora

É fácil dize que ‘Você vai superar, só de um tempo’

Estou tentando não ter medo

Estou esperando e apreendendo e compreendendo que:

Preciso amar sem medo de me machucar

Viver sem medo de tropeçar

Cair sempre deixará marcas, mas o levantar irá cicatrizá-las

Sou imperfeita, mas tento, tenho medo, sei disso. Mas sei que vou tentar me encontrar

Não quero me enquadrar, me encaixar.

Não quero parar de cair. Quero arriscar e viver

Tendo certeza ou não de um sentimento inacabado.