Quantas vezes fechamos os olhos e contamos até dez, cem e respiramos fundo, tentando não pensar em como a pessoa a nossa frente faz o nosso sangue ferver, mas sabemos em nosso interior que apesar de toda raiva que aquela pessoa nos faça, não podemos perder a cabeça.

Quantas vezes ignoramos aquela voz que nos diz e logo depois contradiz sem meio mais.

Somos tachados de tudo, queremos liquidar aquele ser perturbador que zomba de nos.

Mas mesmo com todo esse podre que a vida traz tento não pensar em como fica bem o pescoço daquela pessoa preso entre minhas mãos, mas não, respiro fundo, penso em coisas que me deixam feliz.

Ah, mas há momentos em que o pensamento que me deixa feliz evapora e some, o sangue sobe, a paciência deixa de existir, então eu deixo a raiva fluir.

Um aviso já me deram e ignorarei que a raiva que me alimenta cimenta meu ser.

Não me desespero, pois quando fecho os meus olhos para contar e respiro para me acalmar o ar traz novas ondas de ternura que me faz voltar a te amar.


Tenho fé na humanidade, na bondade humana.

Acredito que quando queremos somos verdadeiramente humanos. Sinto sufocar a necessidade de ajuda.

Uma vontade frágil que aos poucos vai morrendo sem ser cultivada.

Olho nos olhos das pessoas e vejo de tudo um pouco: do ódio ao amor, um relampejo novo, rancor, dor, piedade, bondade e vontade.

Presa vejo o amor se apagar, serenas lembranças me fazem acreditar e esperar.

Uma jornada vai começa onde o amor vai transbordar, pessoas vão se abraçar. Aboliram a desesperança. A raiva, os preconceitos iram se apagar.

Tenho fé que o amor e nossa força de vontade vão transpor as barreiras que faltam.



Doce sabor que me beija

Flor que perfuma minha alma


Amarga essa dor que nos separa

Esperança de te beijar esperança de te amar


Ah, doce ilusão de te reconquistar

Lágrimas e sussurros do meu coração


Chora, grita, suplica por perdão

Uma vontade que passa de terminar com essa dor


Covarde, desastre

Tristeza que me abate


Num olhar, uma dor

Uma suplica pelo amor.


Quando perdemos alguém sentimos como se fossemos junto.

Um vazio aterrador que se alastra por todo nosso ser

Você quer achar o culpado pela sua perda, julga tudo e todos. Perde sua fé nos homens e em Deus.

Você busca uma esperança mínima que seja que tudo não passe de mero engano, um pesadelo pelo qual você luta desesperadamente poder acordar.

Você abandona suas forças, esquece e tem medo de segui adiante.

Clamamos para que não fosse ele [a] e sim nos. Gritamos, xingamos e mal-dizemos. Porque aquilo foi acontecer.

Caímos em prantos silenciosos e amargurados, nos fechamos, ignoramos a nossa dor impondo fachadas, que caem quando ficamos sozinhos.

Tudo perde o sentido, o gosto, a forma de ser.

Queremos nos perde no mar dos lamentos.

Queremos declarar o que sentimos, mas o nó em nossa garganta nos sufoca. Somos presos nas lembranças, nos planos futuros, nas brincadeiras, nas brigas que hoje já não fazem mais sentido.

Queremos extravasar nossa raiva e acabamos nos condenando a algo que aquela pessoa que se foi não espera de nos.

Tenho fé que todos aqueles q se foram encontraram seu caminho e acima de tudo eles estão nos guiando em nossa jornada que ainda não acabou. E nos encontraremos novamente.